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O Show da Vida, por Marko Aurélio


Marko Aurélio, 52 anos, casado, ator e stripper. Desde sempre com uma vida atribulada nunca deixou de ser o homem sensível que é.

Desde muito cedo assumiu a paixão pela representação e participou em vários programas na televisão e mais tarde aceitou um convite para fazer um show de stripper.

Escreveu o livro Pedrada no Espelho onde mostra que há sempre um caminho a percorrer até chegar ao espelho.

Pai e hoje homem casado, com um casamento feliz e saudável apesar do seu passado como stripper.

Longe dos holofotes, este homem na entrevista ao Love with Pepper fala-nos de como foi a vida de stripper e também como se fazia o show da vida quer para o bom quer para o mau.


Como nasceu a sua paixão pela representação?

Desde sempre a representação esteve e ainda está comigo. Comecei muito cedo a pisar os palcos, porque tive aulas de teatro quando era criança.



Hoje em dia que cuidados tem com o seu corpo?

Tento fazer uma alimentação equilibrada para que me sinta bem comigo mesmo.


O que é ser stripper?

Aos olhos da nossa sociedade talvez seja a profissão mais vulgar que existe, mas não! Ser stripper é ser uma pessoa elegante, que consiga ter valores de vida e acima de tudo é ter uma grande responsabilidade no que diz respeito a comportamentos e ter a capacidade de respeitar a mulher nas suas fantasias, tanto para o bem como o mal.


Encarnava alguma personagem?

Não, era eu mesmo e no momento em que estava no palco procurava fazer o melhor. No entanto, sempre dancei músicas que me tocassem e fizessem sonhar, mesmo estando vestido de marinheiro, polícia construía a minha personalidade nesse momento.


Quando e como enveredou por este caminho?

Foi no ano de 2000, aceitei o convite para fazer uma dança num clube, entrei nesse projeto que adorei e com o qual aprendi muito a nível profissional e pessoal e que me deu a oportunidade de viajar e conhecer o mundo e culturas diferentes.


Foi por dinheiro?

Não. Fazia o por gosto e por oportunidades que podiam surgir.


Que tipo de espetáculos fazia?

Os meus espetáculos eram sempre muito suaves e encantadores, mas não mostrava nada sexual e a minha dança era mais para sensual.


A forma como se exprimia provocava-lhe alguma excitação?

Não, porque a forma que me exprimia era muito teatral e ousada e provocava-me de certa forma muita adrenalina e alguma excitação, mas não no campo sexual.


O que as mulheres procuravam em si?

Procuravam de tudo, desde sexo, companhia, atenção, diversão…


Alguma vez o confundiram com um prostituto?

Muitas vezes, mas nunca me prostitui nem nunca estive à venda.


Considera que a sua aparência física foi um dos requisitos para esta atividade?

Claro, sem sombra de dúvida.


Como lidava com o assédio?

Lidava bem, mas não era fácil. Apesar de ser stripper fazia com que existisse respeito em todos os campos.


Considera que ainda existe muito preconceito em relação a esta profissão?

Ainda existe, mas cada vez menos, porque a sociedade está diferente e existe mais informação e uma maior abertura para todo o tipo de assuntos onde existe o tal preconceito.


E como foi deixar esta profissão?

Não foi fácil em todos os aspetos, quer profissional quer pessoal. Mas, ficou aquele bichinho aqui dentro que ainda há pouco tempo fiz um show sem qualquer custo, fi-lo por prazer.


De que forma é que ser stripper afetava as suas relações amorosas, afetivas, sociais e sexuais?

Afetou a 100% a todos os níveis. Por vezes, as pessoas tinham comportamentos menos bons. A nível de relações no início era tudo muito fácil, mas depois lá vinham os ciúmes. A nível sexual podia ser o bom e o mau, porque as mulheres exigiam muito de mim devido a minha profissão.



De que forma é que encara o envelhecimento?

Encaro com muito respeito, mas psicologicamente não consigo envelhecer. Quero envelhecer de uma forma natural e sentir que fomos importantes na vida daqueles que nos querem bem e que a vida vale a pena.


Se hoje tivesse oportunidade e fosse convidado para fazer shows, fazia?

Claro que sim, porque me sinto bem fisicamente e estou muito bem conservado.


Alguma vez se arrependeu de ter enveredado por esta vida?

Nunca, pelo contrário sinto um orgulho enorme.


Hoje é casado. Como é que vive a sua relação?

Vivo muito feliz. Tive a sorte de encontrar uma mulher mais nova e com princípios, que me apoiasse em tudo quer nos bons, quer nos maus momentos e estou numa fase mesmo muito boa da minha vida com ela.



Sexualmente realizado. Vida feliz. Concorda com o lema do Love with Pepper?

Concordo a 100%, porque se nós tivermos uma vida sexual prazerosa e saudável tudo corre melhor e fazemos tudo muito melhor.


O sexo é bom?

Sim e muito melhor quando temos a pessoa certa ao nosso lado e que nos faça feliz e para finalizar o sexo é a base de qualquer relação.


Marko Aurélio, Empresário




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