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O consumo de Pornografia pode ser patológico?


Dependo do tipo, a frequência e função de consumo. Assistir pornografia não é de todo negativo. Assistir a pornografia não é de todo negativo, pois serve como um estímulo para a pessoa conhecer o próprio corpo e entender o modo como consegue sentir prazer.


Quando me devo preocupar?


Quantos mais vídeos pornográficos se assiste, menos estimulantes os conteúdos se tornam. Isso vai desenvolvendo um ciclo vicioso em que procura material cada vez mais pesado para se satisfazer. A pornografia idealiza o sexo de uma maneira surreal, é preciso saber diferenciar bem as coisas. Tudo que é apresentado na indústria pornográfica é puro entretenimento, então nada ali é real, nenhuma pessoa normal tem uma performance que chegue perto daquilo. Há paralelos entre o consumo de pornografia e o abuso de substâncias.


O nosso cérebro é programado para responder à estimulação sexual com surtos de dopamina, programando memorias e informações. Isto, significa que, quando o corpo precisa de algo, como comida ou sexo, o cérebro vai lembrá-lo do que fazer para sentir o prazer e/ou alívio. Este mecanismo evoca a níveis de habituação no cérebro fortes e fora do normal.


A pornografia satisfaz todos os pré-requisitos para a mudança neuroplástica. Os produtores de pornografia criam novos conteúdos a todo o instante, porque sabem, que os consumidores desenvolvem uma rápida tolerância em relação a eles.


Cenas pornográficas, como substâncias viciantes, são gatilhos híper estimulantes que levam a níveis anormalmente elevados de secreção de dopamina. Isso pode danificar o sistema de recompensa da dopamina e deixá-lo sem resposta ás fontes naturais de prazer. É por isso que os usuários começam a ter dificuldades em alcançar excitação com um parceiro físico.


Temos de evitar um tratamento culpabilizante ou moralizador se detetarmos um padrão de vicio em pornografia. A ideia é promover conteúdos audiovisuais que conceituem o sexo não como uma necessidade imediata, unilateral e, às vezes, até violenta, mas como sedução, que poderá ser inclusiva utilizado entre o casal.


Dra. Andreia Lourador, Psicóloga Clínica


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