INVOLUÇÃO DA ESPÉCIE
Atualizado: 17 de mar. de 2022
Será que somos compatíveis sexualmente?
Quando um casal inicia a atividade sexual e aparece algum tipo de desconforto ou dor, as culpas recaem sobre as diferenças anatómicas entre a largura ou comprimento do pénis e a anatomia feminina e o receio da incompatibilidade aparece. Se forem de raças diferentes esta “conclusão” é ainda mais obvia.
Sem dúvida que há circunstâncias em que a incompatibilidade anatomia é real, mas na minha prática clinica, na esmagadora maioria dos casos, consigo reproduzir os sintomas apenas com o meu dedo indicador.
O desconforto é frequentemente confundido com falta de lubrificação, mas nestes casos, o uso de lubrificante não os resolve.
Quando surge dor, a sensação que têm é de que o pénis toca em algum lugar que não devia, ou é que é grande demais. Estas queixas podem ser contornadas com o evitar de certas posições durante a atividade sexual.
Quando a situação não é grave, a Mulher tem tendência a aceitar, pois nunca conheceu outra realidade, acha que é “normal”, no entanto, não gosta muito de sexo, e não sabe porque. Nestes casos o orgasmo com penetração, normalmente é inexistente.
Infelizmente, para outros casais a situação torna-se incomportável e chega mesmo a ser o motivo de uma separação, já dizia a Rita Lee “amor sem sexo é amizade”.
Mas afinal de que se tratar? Porque é que as Mulheres têm este desconforto ou esta dor? Sempre pensei que a Espécie Humana tinha evoluído, cresci a pensar que a seleção natural tinha levado a que os mais fortes sobrevivessem e que as características menos positivas tivessem sido “eliminadas”.
Mas, após 30 anos a tratar Mulheres e há mais de 6 a tratar dor na atividade sexual , cheguei à conclusão que as Mulheres pagam um preço bem alto pela dita evolução. O facto de termos deixado de andar em quatro “patas”, de nos termos tornado bípedes, levou a uma exposição do pavimento pélvico à gravidade, para a qual ele não tinha sido “desenhado”. Esta sobrecarga provoca contraturas, sim, leu bem contraturas do pavimento pélvico, que por sua vez levam à compressão de terminações nervosas e surgem estes sintomas, muitas vezes antes de a Mulher iniciar a atividade sexual, com o facto de não gostar de usar tampões na altura da menstruação.
Mas há situações em que estava tudo bem e de repente começam a ter dor e ardencia no ato sexual. Estes casos costumam surgir após uma alteração hormonal (pilula, gravidez, menopausa) ou um trauma emocional relacionado com sexo ou gravidez.
As boas noticias são: Há solução!!!
O fisioterapeuta, especialista em pavimento pélvico, tem conhecimentos para avaliar e tratar estas queixas e as Mulheres podem voltar a ter prazer ou passar a sentir o que nunca sentiram: sexo sem qualquer desconforto e prazer com a penetração.
Dra. Susana Mesquita, Fisioterapeuta
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