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Adelaide Pinheiro, o Segredo da Longevidade




28 de Outubro de 2022, Dia Mundial da Terceira Idade


Adelaide Pinheiro, mais conhecida por Laidinha, considera-se uma mulher feliz. Famalicense de gema, também conhecida por ser irmã do Padre Gonçalo, Laidinha nunca teve uma doença, e afirma não ter dores físicas apesar dos seus já longos 104 anos de idade.


Esta mulher encantadora que mantém um sorriso fantástico e que preserva uma lucidez única, revela-nos nesta entrevista que o seu segredo da sua longevidade está relacionado com a harmonia familiar. Para esta Mãe, Avó, Bisavó e Tetravó, uma vida repleta de amor e união, são ingredientes essenciais para uma felicidade que perdurou ao longo dos anos.


Mas também os desamores, as dificuldades e os obstáculos fizeram desta mulher uma lutadora e uma vencedora que, agora, nos abre o seu coração e nos fala de como é o amar na velhice.


O que é o Amor?


É fazer o bem, ter respeito. Quando se tem respeito, há amor.


Como conheceu o seu primeiro namorado?


Já não me lembro! (risos)


E o seu marido?


No meu tempo o amor não era como nos tempos de hoje! Nós falávamos para vários rapazes, mas era só falar. Conheci o meu marido através de uma prima minha direita, ele estava à minha espera no final do terço para me acompanhar a casa e eu disse-lhe que não, porque tinha outro rapaz na altura com quem falava, aliás eu tinha muitos pretendentes! (risos) Depois de tanta insistência convidou-me e combinamos ir à cidade e encontrarmo-nos num determinado sítio. Quando lá cheguei, lá estava ele e acompanhado por um fotógrafo, à minha espera, para nos tirar fotografias. Ofereceu-me algumas fotografias e, desde aí, nunca mais me largou.


Foi amor à primeira vista?


Sim, ele apaixonou-se logo por mim!


Quanto tempo namoraram antes de casar?


Namoramos um ano, casei com vinte anos e fiquei viúva com oitenta e sete anos.


Foi virgem para o casamento?


Sim, fui.


Ele era um homem romântico?


Era muito simpático, tratava e cuidava muito bem de mim.


Como foi manter um casamento durante estes anos todos?


Existia um respeito e amor enorme um pelo outro.


Qual foi o seu maior ato de amor?


Foi ser Mãe e amar muito o meu marido e filhos.


Após a entrada na menopausa, algum profissional de saúde falou consigo?


Reagi bem à menopausa, nunca nenhum médico falou comigo e também não vou ao médico porque nunca me sinto doente.


Quando ficou viúva como foi lidar com a ausência?


Não o posso ir buscar! O amor que tínhamos um pelo o outro faz suportar essa saudade.


Como encara a morte?


Não tenho medo nenhum de morrer, peço a Deus que me leve a dormir sem sofrimento.


Como vê os casais de hoje comparativamente aos de antigamente?


Os de hoje não têm amor, apenas se despacham. Eu nunca me separaria do meu marido nem ele de mim, pelo amor que tínhamos pelo o outro. Foi Deus que me separou dele.


Qual a mensagem que quer deixar aos jovens de hoje?


Que se respeitem e que façam o bem.


Adelaide Pinheiro, Doméstica




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