“3 são de mais?” – a infidelidade nos casais
Segundo diversos estudos, aproximadamente 90% das pessoas, no início do casamento, é totalmente contra qualquer tipo de infidelidade. Porém, com o prolongar do tempo de relação estes números diminuem drasticamente. Acreditando no que é dito, cerca de 60% dos homens e 50% das mulheres já foi infiel, pelo menos uma vez, na relação amorosa atual. Como pode ver esta é uma experiência que milhões de pessoas têm de passar. E é importante lembrar que pode acontecer consigo!
Todos nós, enquanto seres vivos, somos seres sexuais. Mesmo nos casais mais felizes, pode existir atração por terceiros. Por outras palavras, muitas das pessoas que são infiéis não andam à procura de uma relação extraconjugal. A traição pura e simplesmente acontece. Por vezes basta um simples olhar ou um sorriso para que o coração comece a bater mais rápido, a pele fique roborizada, a temperatura do corpo aumente e se meta o “pé na argola”.
O que leva as pessoas a traírem?
A verdade é que não existe uma resposta simples, pois cada pessoa apresenta as suas causas. Podemos encontrar motivos intrínsecos e/ou extrínsecos, sendo que os primeiros estão ligados à própria pessoa e os segundos devem-se ao estado da própria relação amorosa.
Muitas vezes, uma relação extraconjugal é o reflexo de crises pessoais, como é o caso de baixa auto estima, dependência sexual, necessidade de sentir apoio, etc. Existem pessoas que, pura e simplesmente, não conseguem assumir o compromisso da fidelidade. Além disso, segundo diversas pesquisas, a motivação, para a infidelidade, varia de acordo com o género, sendo que os homens traem principalmente por questões de prazer físico/sexual, ao passo que as mulheres se envolvem com terceiros, sobretudo por carência emocional. Obviamente que estes valores valem o que valem. Eu prefiro acreditar que o tipo de traição se deve mais às circunstância e tipo de personalidade e não tanto a uma questão de género!
Um erro comum é pensar-se que este tipo de situações surge apenas nas relações com problemas. Na verdade, muitos homens e mulheres com relações extraconjugais dizem estar felizes nas suas relações oficiais.
Naturalmente que as relações perturbadas são mais propensas a situações deste tipo. Os casamentos onde os conflitos conjugais são mal resolvidos; em que a sexualidade é pouco gratificante; que é centrado exclusivamente nos filhos; com dificuldade na partilha de afetos e/ou onde existe desequilíbrio de poder na relação, ou seja, um elemento do casal ter a exclusividade nas decisões financeiras ou tarefas domésticas, apresentam fortes probabilidades de ocorrer um affair.
É possível ultrapassar uma traição?
A resposta depende dos seus intervenientes. Como terapeuta tenho seguido vários casais que procuram ajuda após uma situação de traição. Em alguns casos as feridas foram de tal forma profundas que não conseguem sarar e acaba cada um por ir para seu lado. Noutros casos, apesar de todas as dificuldades, o casal consegue encontrar um novo rumo e transformar a sua relação ... nem sempre pior ou melhor que a anterior, mas certamente diferente!
Dr. Fernando Mesquita, Psicólogo Clinico e Sexólogo
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